quarta-feira, outubro 21, 2009

Amor de....

Hoje apetece-me falar de tatuagens.

Não que seja um praticante ou entusiasta desta prática, mas sim por causa de um fenómeno que me intriga...

Hoje em dia não há jogador de futebol (da Primeira Divisão aos Campeonatos INATEL) ou praticante de tunning que se preze que abdique de cravar na pele tatuagens com sentidos vários. Até aqui nada de novo... há décadas (pelo menos) que nos habituámos a ver homens e mulheres a tatuar o corpo das mais diferentes formas. A questão que me leva a tecer considerações sobre o tema é uma nova moda que surgiu entre os adeptos da tatuagem: os símbolos e letras orientais/árabes/chineses!

Em Portugal ficaram célebres as tatuagens muito em voga na época colonial com dizeres do estilo: "Amor de Mãe/Pai", "Portugal Sempre", "12º Batalhão de Aero-Transportados 1968", etc e tal... Depois dessa moda passar à história muitas piadas já se fizeram sobre isso. Sobre a bimbalhice que eram essas tatuagens. Mas agora não. Agora tudo é mais chic, mais intelectual, mais erudito....

Um qualquer cromo de Arcos de Valdevez que joga na 3ª divisão tem uma filha. Como festeja? Fácil! Tatua no antebraço o nome da sua mais piquena. Mas calma... Como ele é um gajo de classe decide que a sua Sabrina merece ficar registada na sua pele como 萨布丽娜. Digam lá que não é outra coisa? E para abrilhantar nada como meter o nome envolvido por um dragão devido a um simbolismo qualquer oriental que ele viu num menu de restaurante chinês.

Há um tipo que acabou de kitar o seu Seat Leon com os mais modernos neons, alerons, jantes e por aí fora. Exulta de satisfação. Emana alegria. Isto merece ficar na história. Como celebra? Vocês já sabem! Arregaça a manga da sua camisa, ou melhor, como está de t-shirt de mangas cavas limita-se a ir à shop de tattoos mais próxima e declara que o seu antebraço merece um dizer qualquer em árabe. Uma coisa que demonstre que ele não é um gajo vulgar. E é então que o Fábio/Flávio/Mário tatua no seu braço um ensinamento do Corão. Qualquer coisa como سوسانا ريكاردو ديوغو . Digam lá que não tem pinta?


E agora a minha paranóia.... Imaginem o que seria se os árabes/chineses/orientais decidissem imitar-nos. Passo a explicar.
Fascinados pela nossa cultura e pela beleza dos nossos caracteres começassem também eles a tatuar símbolos/expressões/frases da nossa cultura que para eles fossem super in. Olhem se a moda pega. Sou o primeiro a emigrar para os países deles, tiro um curso de tatuador e toca de começar a gravar "Vozes de Burro não chegam ao Céu" e "Filho de Peixe sabe nadar" envolvidos em símbolos míticos da nossa cultura como Zés Povinhos e Galos de Barcelos aos chinocas e monhés lá do sítio. Ou então começo a tatuar "Amor de Mohammed" e "Alá te Ama". Ficava rico num instante!

quinta-feira, setembro 10, 2009

Ego em Risco

Invenções...

É claro que a esmagadora maioria das invenções aparece para melhorar as condições de vida de quem as utiliza. Sobretudo aquelas que nos permitem desempenhos superiores àqueles que, em circunstâncias normais, conseguiríamos. Principalmente as tecnológicas...

Ele é plasmas xpto, i-pod's maravilha, super computadores com tecnologia de ponta, e por aí fora. Mas o que me traz aqui hoje é uma invenção que é sem dúvida altamente útil: O GPS.

Deduzo que já todos os leitores deste blog tenham experimentado um destes aparelhos ou, pelo menos, andado em carros onde o condutor o faz. É de facto um espanto. Facilita imenso a vida para toda a gente, em particular para os mais azelhas.

Mas onde está a paranóia? Pois bem.... atentem no seguinte.

Já pensaram no dano que um destes aparelhos causa naqueles homens tipicamente amantes da condução e orgulhosos do seu estatuto masculino/dominante?

Se para estes especimens masculinos o facto de já não poderem andar de mapa na mão e a tentar descobrir por si próprios o caminho ofendendo tudo e todos já é ofensivo que chegue, que dizer do facto de as indicações serem dadas por UMA GAJA?!?!?
Ainda por cima na maior parte das vezes ela tem um forte sotaque espanholado e um leve sopismo de massismo aquando das indicações que fornece ("despois da rotunda birar à izquierda", ou, "andar xem metrozz e xaia na saída xeguinte")... É demais!

Basicamente imaginem o seguinte cenário. Um taxista daqueles bem típicos - carrancudos, mal-dispostos, camisa aberta até ao 4º botão, palito na boca e braço de fora... a ser conduzido pelas ruas de uma qualquer cidade por uma gaja espanhola, sopa de massa, bem comportadinha e com voz irritante... Era lindo não era?

E como é que se resolvia isto uma vez que o GPS veio para ficar (e ainda bem)?

Fácil... criava-se o GPS Machista. Como seria? Pois bem... um GPS que fizesse exactamente o mesmo que os seus congéneres actuais, mas com um modo de comunicação digamos que mais rude.

"Ó cegueta!! Abre a pestana que daqui a 200 metros viras à direita..."

"Epá esta loira é burra que dói! Na rotunda era à esquerdaaaaa minha puta!"

"Prá Alameda? Às 2 da manhã? Vais às putas não é meu sacana?.... ok ok.... anda 500 metros em frente que eu já te digo o resto"

"Ó tótó a essa velocidade chegas lá amanhã. Quem é que deu a carta a este anormal?!? Dass!"

É certo que de início se iria estranhar, mas todos sabemos que uma pessoa prefere ser ofendida no trânsito por uma verdadeira besta do que ser guiado por uma qualquer espanhola cheia de tiques na fala...

sexta-feira, março 27, 2009

Ruído Desnecessário (e Incomodativo, já agora)

Se há coisa que sempre me intrigou é o silenciador que se usa nas armas de fogo.

Deixem lá ver se eu me consigo explicar…

Pegando no exemplo da pistola. É costume vermos, sobretudo em filmes, o manuseador da arma usar o dito silenciador quando pretende que o seu tiro seja além de preciso, acima de tudo silencioso. Para não dar nas vistas, para que o seu tiro possa permanecer incógnito.

Quando o silenciador não é usado ouve-se aquele ruído inconfundível “de tiro”. Mesmo que nunca tenhamos ouvido um disparo real, todos nós conhecemos o som de um disparo, nem que seja, lá está, dos filmes.

Agora a minha questão…

Porque raio é que a merda dos possuidores de silenciadores não os têm SEMPRE colocados na arma?

É acima de tudo estúpido que não o façam! Ora se eu tenho uma maneira de fazer uma coisa com a mesma eficácia, podendo não fazer barulho, porque não o faço?

Será que estamos na presença de amantes de tunning no tiro?

p.s. bem sei que se as cenas de acção e de tiroteio nos filmes perdiam em espectacularidade. Reconheço facilmente que um duelo ao pôr do Sol à Clint Eastwood em que o som do disparo não ecoe por todo o lado não tem a mesma magia…

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Tenistas para a imortalidade

Os tenistas não morrem!

(ou melhor, até morrem mas só de velhice e de forma discreta)

É um facto, há um qualquer mistério que envolve o mundo do ténis que torna os seus praticantes de alto nível praticamente imunes à fatalidade.

Não consigo lembrar-me de uma notícia a dizer que morreu um (ou uma) tenista. Em todos os sectores do desporto e da sociedade em geral há, de tempos a tempos, uma morte trágica… ele é um caso Féher, uma princesa Diana num túnel, uma overdose provocada por excessos, enfim…. Não faltam casos para amostra. A excepção é, lá está, o ténis

E nem é por falta de personalidades com carácter vincado e estilo de vida polémico neste mundo. Desde McEnroe, Boris Becker, Martina Navratilova, Noah, Agassi, etc… Cá para mim há ali um qualquer pacto secreto com o Diabo.

A ironia suprema surgiu quando a ex nº 1 do mundo – Mónica Seles – foi esfaqueada em pleno jogo e, não só não morreu como ainda teve o desplante de voltar aos courts em plena forma!?! E a Jennifer Capriati? Jovem precoce que acabou por cair nas malhas da droga. Tinha tudo para ser o protótipo de jovem talento perdida para o mundo devido ao deslumbre dos holofotes da fama. Então e não é que conseguiu recuperar dos problemas e ainda voltou a ganhar um torneio do Grand Slam? A sacana…

Por isso papás deste mundo, já sabem. Se querem que os vossos petizes vivam uma vida longa e duradoura, ainda que pontuada por alguns excessos, toca de lhes oferecer raquetes e inscrevê-los no Clube da terra. Só para prevenir…

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Herdeiros Confusos

- “Então quantos filhos é que tem?”

- “Tenho 2. Tenho um casalinho”.

Esta é a resposta típica quando se pergunta a um pai/mãe babado sobre os seus filhos, quando se trata, de facto, de um menino e de uma menina…

Agora vamos supor que tanto o casamento, como a adopção por casais homossexuais são levadas em diante:

- “Então quantos filhos é que tem?”

- “Tenho 2. Tenho um casalinho”.

- “Ah! Isso é excelente, um menino e uma menina, muito engraçado”

- “Não Não. Nada disso. Eu disse que tenho um casalinho. O meu Carlos e o meu Ricardo”.


P.S. o nosso blog fez ontem 4 anos. Parabéns a nós. Debatemos a pouca assiduidade com que temos vindo a publicar posts nos últimos tempos e tomámos uma decisão: vamos continuar a não vir cá regularmente deixar paranóias. E é para cumprir desta vez.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Milionários Limitados

É um costume típico português: dar palpites.

Qualquer português que se preze gosta de tentar fazer adivinhações/previsões/antevisões de muitas coisas no dia-a-dia. Dar largas ao Zandinga que tem em si.

Ora, é claro que na esmagadora parte das vezes não acerta as suas previsões! É traído pelo Vidente das Estrelas que alberga no interior…
No entanto nas poucas vezes em que acerta um palpite é ver o pessoal a vangloriar-se todo orgulhoso que “Epá!! Eu sabia. Só não acerto é no Euromilhões!!!” (Também se aplica ao Totoloto ou ao Totobola)

A questão que coloco é a seguinte: o que diz alguém que tendo vencido o Euromilhões anteriormente, acerte num daqueles palpites que dá no quotidiano? É um facto que ficou milionário, mas no que à lamúria diz respeito, perde o direito de se poder queixar quando acerta num qualquer palpite que manda pró ar.