quinta-feira, dezembro 04, 2008

Carreiras Consagradas

Estamos habituados, até porque cada vez é mais recorrente, a ver artistas do mundo musical (sobretudo) a celebrarem efemérides de carreira com pompa e circunstância. É uma oportunidade de partilhar com os seus admiradores e fãs alguns momentos passados, os melhores êxitos e, claro, uma fonte de receita adicional.
Assim, nos últimos tempos é comum vermos:

- Concertos de comemoração dos 10, 25 ou 50 anos de carreira de um dado artista/grupo musical;
- Lançamentos de DVD’s comemorativos com um desses concertos;
- Edição de um Best Of com alguns sucessos passados;
- e por aí fora… etc… etc…

Posto isto pus-me a pensar… imaginem o que era se esta moda pegasse de vez e a malta “normal” se pusesse a fazer o mesmo! Pessoal a festejar a longevidade das suas carreiras com grande aparato. Poderíamos ver coisas como:

- Comemoração dos 25 anos de carreira de Jorge do Talho - Para celebrar as bodas de prata junte-se a Jorge para a matança do porco no Coliseu dos Recreios com vários convidados e surpresas no final – com a presença da Orquestra Metropolitana de Lisboa; (imaginem a cena, o talhante no palco a trinchar um porco ao som de uns acordes previamente ensaiados)

- Compre já o DVD de Guilherme Barbeiro ao vivo no Olympia de Paris e no Scala de Milão. Espectáculo da tornee que celebrou os 50 anos de Guilherme no mundo capilar. Contém extras com Guilherme a aparar patilhas num dueto único com Milay

- Professor Lucas Unplugged

(sim, isto dava pano para mangas em termos de exemplos…)

Era giro não era? Assim não custava tanto esperar pelos anos que demora a chegar à reforma. De tempos a tempos lá se fazia uma digressão ou lançava um best of e estava tudo bem.

sexta-feira, novembro 14, 2008

3ª Idade Académica

Foi criada desde há uns anos a Universidade da 3ª Idade. Nela os nossos cidadãos de maior idade podem dar seguimento ao dizer popular que afirma que estamos sempre a aprender até morrer. É uma forma de combinarem aprendizagem (nunca é tarde) com entretenimento, convívio e ocupação de tempos livres… no fundo é um conceito que deve ser louvado e incentivado junto da nossa população mais idosa.

Foi a propósito desta temática que aqui há dias vi uma reportagem sobre a Universidade da 3ª Idade. Nela víamos como é feito o conteúdo curricular, as habilitações e competências, etc… falava-se com professores, alunos, e por aí fora.

E foi nessa parte que me detive. De entre os vários alunos chamados a dar opinião, todos eles afirmavam que se sentiam como jovens e estudantes de pleno direito como todos os outros universitários deste país. E foi aqui que me detive….

Imaginam as actividades que todos conhecemos dos estudantes universitários transpostas para os seus congéneres da 3ª idade?

Como será uma Latada? E uma Queima das Fitas?
Imaginem as possíveis praxes entre Caloiros e Veteranos (ora aí está outro bom conceito)
Fechem os olhos e imaginem a vida boémia dos membros da Tuna da 3ª Idade… Uns velhinhos a tocar gaita de beiços, reco-reco, e ferrinhos, mas ao mesmo tempo com letras atrevidas e provocadoras.
É claro que tal como há tunas há também o oposto, isto é, os estudantes aplicados. São aqueles que se aplicam nos estudos para ter boas notas. São conhecidos por fazerem noitadas de estudo até às 22.30.
E a loucura das viagens de finalistas? Na minha cabeça tudo se processa como estamos habituados. Amealha-se dinheiro ao longo do curso para poder fazer uma viagem de sonho. A diferença é que seja qual for o destino, tem como finalidade ver as Amendoeiras em Flor desse sítio.

Para acabar… acham que quando um aluno mais desleixado se vira para um outro mais certinho tentando distraí-lo recebe a resposta “epá deixa-me que eu tenho de me aplicar. Não tenho os papás a pagarem-me o curso” (epá tinha de ser… tinha de mandar esta…)

quinta-feira, outubro 30, 2008

Licenciatura em Filho

O Mistério da Educação, no sentido das "Eternas Oportunidades", vai abrir novos cursos em Universidades Portuguesas de prestigio, que dão garantia de saída profissional.

Será uma Licenciatura em Filhos, passo a explicar:

- sempre que falamos com algum/a teenager de 18 aninhos fazemos a derradeira pregunta,"Queres entrar para quê?", à qual ele/a responde inevitávelmente, "Para Medicina!" ... isto no futuro deixará de fazer sentido, porque agora o que vai ser bom é tirar a Licenciatura em Filho. Assim no futuro quando perguntar-mos "O que estudas?", eles respondem "Estudo para Filho do Belmiro", o que não é facil, visto que é média de 18.7, mas haverá garantias de saídas profissionais.

Já imaginaram um gajo estudar para filho da Madona!
Mas a nota mais alta vai resgistar-se na Licenciatura em filho Jolie Pitt, fica-se bonito e tudo!

Portanto se conhecer alguem que vá entrar para a Faculdade, incentive a ir estudar para filho de alguém, nem que seja para filho do Major.

Para 2010 o Estado está a pensar seriamente em criar a "Pós-Graduação em Maçon" na Nova e um "MBA em Opus Dei" na Católica ... é emprego garantido!!!

Câmbio de 2 Bossas

Todos nós já ouvimos histórias rocambolescas envolvendo pessoas que foram a países do Norte de África com a namorada/filha/mulher/amiga e que, às tantas, foram confrontados com uma oferta deveras bizarra:

- “Ofereço X camelos pela tua namorada/filha/mulher/amiga”

Naturalmente ninguém aceita semelhante troca e acaba sempre por voltar ao Ocidente sem os ditos animais de 2 bossas.

Agora as minhas questões:

1. Quando esta história nos é contada geralmente falamos em grandes quantidades de camelos, isto é, o dito Árabe que cobiça a nossa namorada/filha/mulher/amiga não faz a coisa por menos e lança logo um número bem grande, estilo 200 ou 500 camelos. Nunca faz uma oferta mais modesta de 4 ou 5. Logo implica que o cavalheiro tem de ter os bichos guardados em algum lado. Será que a malta lá tem um curral onde guarda aos 2000 ou 3000 camelos de cada vez à espera de um Europeu que aceita semelhante troca? É que assim sendo tem de ser uma coisa em grande. E a despesa que isso dá?!? Tudo bem que os animais são poupados no que toca ao consumo de água, mas aquela bicharada toda a comer ainda dá alguma despesa. Compensa assim tanto manter essa criação de camelos com a esperança que um dia alguém aceite a proposta?

2. Sempre ouvi dizer que os Árabes são bons para negociar, mas esta é uma oferta que a meu ver não tem grande viabilidade. Passo a explicar…. Supondo que há um tipo que se sente interessado pelo negócio… é obrigado a desistir quanto mais não seja por uma questão de logística, isto é, como é que ele traz 500 camelos de volta? De avião? De barco? E a despesa disso tudo? (já para não falar no que é que ele iria fazer aos bichos). Por outro lado era lindo que alguém aceitasse. Imaginem a cena, o tipo chega a casa e pergunta o filho: “então pai que tal a viagem a Marrocos com a mãe e a mana?”; responde o pai: “correu lindamente, visitámos imensas coisas, conhecemos muito da cultura e no fim fomos a um mercado onde as vendi a um comerciante por 800 camelos. Embarquei-os em Marraquexe e chegam na segunda feira ao Porto de Sines”.
Já para não falar na delícia que seria um gajo ter uma moradia em Odivelas cheia de camelos no quintal.

3. Por falar em despesa há ainda outra questão a meu ver… é que se um Árabe faz uma oferta de 300 camelos por uma qualquer Carina aquilo tem de ser traduzir num valor qualquer. Isto é, tem de haver um valor monetário associado ao camelo. Será que nesses países existe uma taxa de câmbios como aquelas que vemos nos bancos com a taxa Camelo=EURO? Assim era mais fácil fazer contas.

4. Finalmente…. last but not least… Supondo que no lugar de uma acompanhante do sexo feminino levamos um homem. Partindo do pressuposto que há Árabes maricas, como é que é feita a oferta? Em camelas? Em camelos com defeito? Ou em dromedários?

quinta-feira, outubro 09, 2008

Repetentes Insaciáveis

No outro dia passei numa montra de quiosque que continha vários títulos de conteúdo e cariz pornográfico. Aliás as suas capas eram bem sugestivas e não davam grande margem para dúvidas.

De entre os vários registos presentes havia um que não só saltava à vista pela sua exuberância, como era também apelativo para o comprador, visto tratar-se de uma colecção. "Colegiais Rebeldes" de seu nome.

Ora todos nós já vimos este estilo de fetiche/cliché na indústria porno. Desde colegiais a enfermeiras, passando por professoras, agentes de segurança, etc... é uma velha fórmula que consegue sempre resultados positivos junto do consumidor.

Mas voltando um pouco atrás... tendo-me focado na saga das colegiais pude verificar que a colecção era extensa (cerca de 12 títulos: "Colegiais Rebeldes I, II, III, IV,....., XII"). Deixei a curiosidade ir mais além e li alguns daqueles resumos que aparecem na capa. Basicamente a receita do sucesso era quase sempre a mesma: "elas estão de volta para mais um ano escaldante", "novo ano mas muito mais acção", "os anos passam mas a fome fica", e por aí fora....

E a minha questão é? Mas aquelas gajas não estudam?!? Porra estão no colégio há uma carrada de anos e não há maneira de evoluirem? Já nem digo para a Universidade, mas ao menos para um curso tecno-profissional que lhes desse uma equivalência... assim podiam diversificar nos títulos: "Agente de Higiene e Segurança no Trabalho Gulosa III", "As fantasias de uma Técnica Agro-Pecuária VIII". Imaginem o brilhantismo de uma descrição como esta: "Conheça as taras e manias de uma aluna do Curso Técnico de Conservação e Restauro".

Já para não falar no assumir das falhas do sistema educativo que permite que haja alunas num colégio durante 12 anos que não fazem outra coisa senão cobrir com colegas, professores, empregados, pais, etc... (quer dizer se calhar passa um pouco por aí). Não há prescrições naquela escola?

quarta-feira, setembro 17, 2008

Um Ferrari F40 por 99€/mês

PROMOÇÃO para revitalização do blog:

Uma manada inteira de cavalos, vermelhinho mesmo daqueles, rádio a dar Eros Ramazzotti, camisa e calças de linho brancas, Ray-Ban, uma loira tipo Ivana Trump ao lado ... e alguns cabelos brancos à Flavio Briatori!

Tudo isto já pode ser seu, e por apena 99€/mês. *

* Valor a 36 meses com entrada inicial de 235000€. (promoção não acomulável com voos da Ryanair a 1 euro)


segunda-feira, março 17, 2008

Rabanada de vento Carlos

Meus caros,

Bem,isto está de facto a precisar de alguém para animar as hostes...
Na falta de voluntários para contribuir para tão afamado mas ao mesmo tempo desprezado blog, aqui me lanço para anunciar mais uma paranóia que me vem assaltando de algum tempo a esta parte.

Aqui vai:

Já concerteza viram muitas vezes, nos noticiários, certos fenómenos climatérios bastante destrutivos. Normalmente são tufões, tornados, furacões, etc, etc...
E já repararam que na sua grande maioria, aos ditos cujos são lhes atribuidos os mais variados nomes. Exemplos: Katrina, Sam, John, el niño, Britney, etc, etc...
Como esses acontecimentos normalmente acontecem fora de Portugal nomeadamente nos E.U.A, os nomes com que os batizam são nomes via de regra ingleses.

Assim temos 2 factos: - Esses acontecimentos normalmente não acontecem cá, devido a Portugal ser um país estável no que ao tempo diz respeito.
- A essas forças da natureza são-lhes atribuidos nomes em inglês.

Proponho o seguinte:

Copiando essa ideia do estrangeiro, proponho que se adopte a mesma lógica cá, isto é, proponho que se passe a designar cenas do tempo com nomes, mas com nomes portugueses.

Ainda que por cá não ocorram furacões, não deve ser por isso que não podemos chamar por um nome certa chatice que o tempo nos possa dar.

Exemplos: - Vendaval Afredo
- Ventania Gertrudes
- Aguaceiro Cristovão
- Chuva miudinha Acácio
- Corrente de ar Saúl
- E por ai fora...


Imaginem ai: SIC NOticias "a protecção civil de pampilhosa da serra aconselha a todos os residentes nessa zona, a não sairem de casa durante a noite devido passagem da rabanada de vento Carlos.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Revoluções Precisam-se

Sempre que em Portugal se quer apelar a uma mudança num determinado organismo ou instituiçao emprega-se uma expressão bastante conhecida. Isto é, quando se querem alterar velhos hábitos ou mudar poderes há muito vigentes é frequente ouvir-se a seguinte frase (por exemplo):

"É preciso fazer um 25 de Abril no futebol português!"

Se as coisas não estão bem, fazer um "25 de Abril...." dá ideia de mudança, novas mentalidades e por aí fora. É uma ideia forte que tem por trás a ideia de cisão com um passado recente.

Ora a minha questão aqui é a seguinte: quando se pretende apelar a uma mudança noutros países como é que eles fazem? Será que também apelam à história??

"O voleibol em França não anda bem, é necessário capturar a Bastilha da federação"

"Na Rússia o ténis só mudará se fizermos um Domingo Sangrento rapidamente"

"Soccer nos USA? Sem um 4 de Julho não vamos lá"